De um lado e de outro os taludes estão repletos de uma vegetação deslumbrante, verdejante na Primavera e no Verão, tinta com as cores quentes de Outono a partir de meados de Setembro.

O “Castelo de Praga” é a atracção turística mais procurada em todo o país. Apenas em 2007 foi visitado por cerca de um milhão e meio de pessoas. Contudo, essa multidão que se aglomera sobretudo nos meses do Verão, acorre aos locais centrais do complexo, desconhecendo um maravilhoso passeio conhecido apenas de alguns, a chamada Volta do Fosso do Veado (Jelenni prikop em Checo).

Este percurso está apenas disponível entre Maio e Outubro, evoluindo por terrenos classificados como parte dos “Jardins Reais”, que se encontram encerrados ao público durante a época baixa.

O antigo fosso, fez parte do perímetro defensivo do Castelo, mas no reinado de Rudolfo II (Século XVI) a componente militar da zona tinha-se perdido e a área era utilizada para caçar… veados. Daí a denominação actual. Infelizmente os soldados franceses que ocuparam Praga nos anos de 1741 e 1742 exterminaram os animais, que não mais reapareceram.

O passeio inicia-se perto da estação de metro de Malostranská (linha verde). Ai chegado deverá seguir um pouco o percurso dos eléctricos que sobem em direcção ao Castelo, pela rua Chotkova.

Se caminhar pelo lado esquerdo, passará por um relvado, findo o qual a rua curva para a esquerda. Logo a seguir, deverá atentar numas escadas e num passadiço metálico do seu lado esquerdo. Essa é a entrada para o paraíso. Tome-a.

Depois de um empolgante troço sobre a estrutura de acesso, desembocamos num largo caminho, que sobe em direcção ao Castelo. De um lado e de outro os taludes estão repletos de uma vegetação deslumbrante, verdejante na Primavera e no Verão, tinta com as cores quentes de Outono a partir de meados de Setembro.

A caminhada conduzi-lo-á por pontos como o acesso ao abrigo nuclear construido em segredo para as figuras dominantes do regime ditatorial dos tempos do Comunismo, ou a casa dos tratadores dos ursos e respectivas jaulas dos animais. Toda a caminhada é acompanhada por um curso de água fresca e de espaço a espaço o visitante encontrará painéis informativos.

Já a chegar ao fim, passará por debaixo da ponte que conduz até aos pátios do castelo as fornadas diárias de turistas. Mas lá em baixo, de onde os observa, reina o sossego e a beleza natural. Não longe dali encontra-se a residência do chefe de Estado Checo. Estará na hora de regressar. O percurso de ida e volta tem cerca de 2 km.

A Lenda do Lobisomem do Fosso do Veado

Segundo esta lenda, nos tempos de Rudolfo II, que reinou no século XVI, um homem chamado Jan tomava conta dos animais do rei, com especial destaque para os dois lobos que ali eram conservados. Jan era mudo, mas aprendeu a reproduzir os sons dos lobos, até que um dia… desapareceu. Então, um novo lobo, enorme, foi avistado na área do fosso, e até o Imperador veio para o ver. O comportamento do animal era deveras estranho e as pessoas começaram a receá-lo, até porque os seus olhos, dizia-se, eram tal e qual os de Jan. A lenda mantém-se, desaconselhando as pessoas a visitarem a zona durante a noite – o que de resto é altamente proibido. Segundo a tradição, o lobisomem ataca cães e humanos que se desloquem rapidamente.

Medidas de Segurança Extraordinárias

Devido ao clima de insegurança que se tem vivido na Europa nos últimos tempos, as medidas de vigilância no Castelo de Praga têm sido crescentemente apertadas e actualmente todos os visitantes têm de ser revistados à entrada. Pelo que sei o mesmo se aplica aos jardins envolventes e talvez alguns tenham sido mesmo encerrados ou venham a sê-lo.

Na imagem: Perspectiva a partir do trilho de acesso. A partir da estação de metro de Malostranská (linha verde) deverá seguir um pouco o percurso dos eléctricos que sobem em direcção ao Castelo, pela rua Chotkova. Se caminhar pelo lado esquerdo, passará por um relvado, findo o qual a rua curva para a esquerda. Logo a seguir, deverá atentar numas escadas e num passadiço metálico do seu lado esquerdo. Essa é a entrada para o paraíso. Tome-a.

Ricardo Ribeiro viveu durante três anos em Praga, apenas pelo amor à cidade e um dia decidiu criar um website dedicado à sua paixão. Actualmente mantém os fortes laços emocionais e sociais com Praga e passa alguns meses por ano por lá.

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