Šlágr Kavarna

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O local classifica-se como uma “kavarna” (café) mas eu sinto-me tentado a colocar-lhe o rótulo de “cukrarna” (pastelaria ou confeitaria). Na realidade é as duas. Num primeiro espaço, não engana ninguém, com a montra cheia de bolos e outras iguarias doces. Algumas mesas espalhadas de forma esparsa contribuem para transmitir uma falsa impressão de espaço. Porque o estabelecimento é tudo menos grande.

Mas o melhor do Šlágr encontra-se um pouco mais escondido. É aquela segunda sala, a que chegamos depois de ultrapassar um arco e subir dois ou três degraus. Quando pisamos a plataforma superior pela primeira vez, é como se tivéssemos concluído uma viagem no tempo. De súbito já não estamos na Praga do século XXI, capitalista, depois de ter sido comunista, e, antes disso, uma posse nazi durante cerca de sete anos. Não, estamos mais atrás no tempo, na Checoslováquia dos anos 30, quando este país era um bastião de ocidentalidade e de democracia.

A decoração replica na perfeição esses tempos idos, e a música, umas vezes cantada em inglês, outras em checo, acentua a transição temporal. Pelas paredes, fotografias e gravuras contemporâneas dessa chamada Primeira República, quando o país era novo, quase acabado de nascer.

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Em suma, é esta recriação de época a verdadeira mais valia do Šlágr. De resto, é um café (lá está, é-o nesta plataforma interior) acolhedor, romântico… especialmente a meio da tarde, quando as pessoas ainda não saíram dos escritórios e se se pode usufruir do espaço com calma. Aconselhado para ler um livro num dia de Inverno, com um chocolate quente ou um chá na mesa.

O menu está disponível em inglês (ò diabo, ter chegado a uma certa familiaridade com o checo faz destas coisas, agora já tenho dúvidas de que o dito menu esteja mesmo em inglês) e oferece o leque habitual de bebidas e também a bolaria que, não tendo experimentado, sou tentado a recomendar apenas pelo contacto visual que estabeleci.

Ao contrário do que geralmente acontece nos cafés de Praga não existe Wi-Fi disponível no Šlágr.

Como Ir:  Apanhe o eléctrico 22 no centro (Teatro Nacional ou Narodni Trida, por exemplo) na direcção de Nádraží Hostivař e saia em Krymská (como sempre, as estações são anunciadas). São duas paragens depois da praça de Namesti Miru, facilmente identificável pela grande igreja que ali se encontra. Depois, ande um pouco no sentido oposto ao da direcção do eléctrico. Ou seja, para cima. Encontrará o Šlágr do seu lado esquerdo.

Quanto Custa: Preços razoáveis; um chocolate quente, cerca de 2 Eur.

Quando Ir: Entre as 15:00 e as 16:00 quando está mais sossegado.

Contactos: Slagr Kavarna,  Sudicka Francouzská 72 – Praga 10 – Telefone +420 607 277 688

Ricardo Ribeiro viveu durante três anos em Praga, apenas pelo amor à cidade e um dia decidiu criar um website dedicado à sua paixão. Actualmente mantém os fortes laços emocionais e sociais com Praga e passa alguns meses por ano por lá.

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