Naplavka

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“Um centro de encontro cheio de vida, com bares improvisados e gente de todas as idades sentada na amurada, copos de cerveja na mão, muito sorriso, muita voz, muita interacção”

Naplavka. Uma palavra que se popularizou em Praga nos últimos anos. Numa tradução literal, significa algo como “a área escavada pelo correr da água de um rio”, algo que, creio, não tem uma palavra específica em português. Mas num sentido mais práctica o que é este Naplavka?

Trata-se de uma área à beira-rio, onde recentemente os filhos de Praga passaram a amar ainda mais o seu Vltava. Num ano era apenas mais um dos muitos segmentos de passeio ao longo do rio, e no ano seguinte era um centro de encontro cheio de vida, com bares improvisados e gente de todas as idades sentada na amurada, copos de cerveja na mão, muito sorriso, muita voz, muita interacção.

E com a dinamização veio o nome. Naplavka. Tornou-se comum a colocação nas redes sociais: “- Vou estar no Naplavka a partir das seis, quem é que quer aparecer?” Claro que nos dias frios de Inverno não se passa grande coisa, mas a partir de meados de Abril a animação inicia o seu crescendo, que depois do Verão desce gradualmente até praticamente desaparecer para finais de Outubro.

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Mas durante estes meses todos, dá gosto, ver toda aquela vida. Comida, e sobretudo bebida, não faltam. Existem os barcos fixos ao cais, onde o passeante se pode sentar tranquilamente numa mesa observando aquele cenário maravilhoso, bebericando a sua Pilzner ou Gambrinus. E as esplanadas improvisadas, servidas por pequenas cabinas onde empregados atarefados despacham “imperiais” e “coktails” a ritmo alucinante. As bebidas são vendidas a preços normalíssimos, digamos, a uns 1,50 Eur por meio-litro de cerveja, apesar dos copos de plástico serem a norma, o que pode desagradar.

Para comer, há o restaurantezinho que pouco mais é do que uma barraca, quase em frente à Casa Dançante, que tem um detalhe histórico: o heróis da luta anti-comunista e primeiro presidente da Checoslováquia livre, Vaclav Havel, cresceu ali defronte, e tinha o hábito de almoçar por ali o seu goulash.

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Atenção aos passeios no Naplavka! Não entre no corredor das bicicletas, porque as há, e céleres. É preciso não estragar o dia com uma distracção. Fora isso, é só divertir-se, trazendo um tom de descontracção à sua visita a Praga. Jogando umas migalhas aos cisnes e patos que por ali vão deslizando sobre as águas, experimentando umas cervejas nos barcos que mais lhe chamarem a atenção.

E o melhor é que nem terá que sair do centro histórico para usufruir deste local, com muitas das atracções da cidade a brilharem mesmo por detrás do Naplavka. Este inicia-se logo a seguir ao barco-hotel Mathilda, e prossegue até ao nível da praça Palackeho, cerca de 500 metros mais à frente. Ou seja, o grosso da festa tem lugar entre duas pontes, a Jiuráskuv e a Palackeho.

 

Ricardo Ribeiro viveu durante três anos em Praga, apenas pelo amor à cidade e um dia decidiu criar um website dedicado à sua paixão. Actualmente mantém os fortes laços emocionais e sociais com Praga e passa alguns meses por ano por lá.

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