O Palácio de Troja

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“Uma impressão forte que o palácio de Troja deixa no visitante prende-se com o excelente estado de conservação e o esmerado trabalho manutenção a que é constantemente sujeito.”

Partindo à descoberta de uma Praga menos conhecida dos turistas, atravessamos o parque de Stromovka, e chegamos a Troja, depois de cruzar o Vltava duas vezes, deixando para trás mais uma das suas muitas ilhas.

Troja é hoje um vasto bairro marcado por blocos de apartamentos sem graça; mas é também onde iremos encontrar o magnífico Zoo e o Jardim Botânico (é daqui que se consegue a melhor perspectiva do palácio).

Mas a origem do nome provêm de um dos elementos mais característicos do Palácio (de Troja): a composição escultórica que ornamenta a escadaria norte, que dá para os amplos jardins, representa a batalha entre os deus do Olimpo e os Titãs, que com o passar dos tempos foi associada à conquista de Troia.

A história do edifício remonta à segunda parte do século XVII. Em 1679 conde Václav Vojtěch de Šternberka, filho de uma das mais antigas famílias nobres da Boémia, entregou ao arquiteto de origem francesa Jean Baptiste Mathey a responsabilidade de construir um palácio digno de alojar o Imperador. Este, que tinha recentemente viajado pela Itália, encontrava-se dominado pela influência romana, e aplicou o estilo das melhores “villas” daquela região ao palácio de Troja: o espaço central, e claramente dominante, do edifício é um espaçoso “hall”, a partir do qual parte um corredor que liga as salas adjacentes em ambas as alas.

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O conceito escultórico já referido, sem dúvida uma das imagems “de marca” do palácio de Troja, foi entregue aos irmãos Georg e Paul Hermann, de Dresden. Os interiores foram trabalhados sobretudo pelos pintores Carpoforo Tencalla (piso térreo) e Francesco Marchetti e Giovanni Francesco (primeiro andar). Para reforçar o trabalho ornamental do grande “hall”, ilustrado com temáticas celebratórias da glória da casa dos Habsburgos, foram chamados os famosos pintores flamengos Abraham e Isaac Godynov.

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Os jardins, em estilo francês, percursores do género na Boémia, eram outrora ornamentados com uma ampla fonte barroca e um lago, ambos destruídos, provavelmente pelo exército prussiano em 1757. Mas a sua actual configuração mantém-se atrativa e merecedora de uma visita.

Uma impressão forte que o palácio de Troja deixa no visitante prende-se com o excelente estado de conservação e o esmerado trabalho manutenção a que é constantemente sujeito. Dir-se-ia que vivemos nos derradeiros anos do século XVII e que estamos a visitar um edifício acabado de construir.

Para além do valor estético imediato, o palácio alberga exposições de arte que podem ser visitadas, assim como os interiores do edifício, após o pagamento de uma quantia de 120 Czk (cerca de 5 Eur). A visita aos jardins e ao exterior do palácio é gratuita. Para mais informações sobre as exposições, nomeadamente as de carácter temporário, sugerimos uma visita ao website oficial da “City Gallery Prague“, que faz a gestão do espaço.

Como ir: Pode chegar ao Palácio de Troja depois de um delicioso passeio a pé pelo Parque Stromovka, ou apanhar o elétrico 17 no centro, junto ao rio, saindo na paragem Trojska, andando uns 100 metros no sentido da marcha do eléctrico, virando à esquerda e apanhando o autocarro 112 directo para o Zoo, mesmo defronte do palácio.

Ricardo Ribeiro viveu durante três anos em Praga, apenas pelo amor à cidade e um dia decidiu criar um website dedicado à sua paixão. Actualmente mantém os fortes laços emocionais e sociais com Praga e passa alguns meses por ano por lá.

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